Porquê eu não vou ao RiR 2015

Para começar vou deixar bem claro que não tenho nada contra o festival, pelo contrário. Eu fui nos RiRs 2011 e 2013, curti e chorei horrores, na verdade eu voltei para casa totalmente renovada, sentindo as guitarras tocando dentro de mim. Nada é mais libertador que um festival de música, e participar deles é muito gostoso.

Mas tudo tem limite, vou explicar...

Alguém mais percebeu o nível de rejeição deste ano? 

Conversando um pouco com meus amigos, todos disseram que não vão, e quem comprou o Rock in Rio Card decidiu vender! Nos anteriores os ingressos esgotaram no mesmo dia, em minutos, na verdade. E hoje, uma semana após o início das vendas, ainda temos alguns disponíveis no site, a maioria já esgotou também, mas não foi em poucas horas.

A Rock Street é uma idéia maravilhosa para manter o público distraído, e os brinquedos também, todavia, com filas quilométricas para descer na tirolesa ou dar uma volta na roda-gigante, fica impossível todos fazerem uso. Eu mesma não fui, pois em 2011 eu e umas amigas ficamos mais de 1 hora na fila para o stand da Coca-Cola, que nos permitia filmar um vídeo com instrumentos plásticos e música. Vídeo o qual eu nunca tive acesso.

Todas as lojas estavam lotadas, banheiros nem se fala. Parece que o caos era instalado a cada intervalo de show. E a multidão te arrasta de um lado para o outro, literalmente. Numa das tentativas de ir no banheiro eu fui levada para o lado totalmente oposto, pois não conseguia andar contra a massa. Então eles tomaram uma providência no ano de 2013 e diminuíram os ingressos de 100 mil para 80 mil (se não me engano). Ouso dizer que nada mudou, o local continuou uma confusão só, mas tudo bem, isso faz parte do show, certo? Quero dizer, eu não ligo, não mesmo, caso contrário assistiria do conforto da minha casa.

A outra questão é bem clara para todos: inúmeros problemas técnicos.

Gente por favor, para um show dessa proporção, o mínimo que podem fazer é ter cuidado para que bandas grandes não passem vergonha. Chamaram gente muito famosa para o palco Sunset (como Angra, Tarja Turunen Halloween, Andre Matos, Sepultura e várias outras) e bandas que eu nunca ouvi falar para o palco Mundo. Vai entender.

Sem falar que no ano de 2011 um dos show mais esperado do Sunset (Angra + Tarja Turunen) foi um completo fracasso. O áudio estava péssimo, a voz maravilhosa da Tarja praticamente não saia do microfone, e eu ouvia o show duas vezes, pois de frente para o palco, atrás das lojas, havia um paredão branco, que rebatia o som e nos fazia ouvir a mesma parte da música em segundos diferentes. Foi péssimo.

Em 2013 o maior problema foi o show do Iron Maiden, o mais esperado da noite do Metal, o qual teve o pior som de todos os tempos. Nem sei explicar, mas pela TV deu para perceber os problemas técnicos e falta de preparo do pessoal. Foi deplorável ouvir estalos durante este clássico do Metal, sem falar na revolta dos patrocinadores (Heineiken) ficarem irritados pois o Bruce Dickinson fez propaganda da The Trooper, que pe a cerveja da banda. Por favor, menos drama, né?

O grande problema do festival é a falta de inovação.

Agora sim, minha verdadeira revolta: as mesmas atrações de sempre.

Não tenho problemas com as bandas em si, eu gosto muito de Metallica, Slipknot e até curto um pouco de SOAD, todavia, não acho justo pagarmos pela terceira vez, um valor cada vez mais alto, para assistir as mesmas bandas de dois em dois anos. O público espera inovação, espera coisas novas, quem sabe um Ozzy, um AC/DC, né? Mas, Metallica pela terceira vez como atração principal não vai rolar, não pra mim.

Mais uma vez estão dando muita atenção às edições estrangeiras e esquecendo de nós, a Europa e nos EUA sempre recebem bandas ótimas, famosas, que todo mundo que ver, e nós nos contentamos com Katy Perry, Rihana, Slipknot, Metallica e Claudia Leite, que parecem ser figuras certas nos festivais daqui. Existem bandas pequenas que são bem legais, seja de rock ou qualquer outro estilo musical, pq não fazer um dia especial e abrir o palco o dia inteiro para convidá-las? O sunset não deveria estar aí para isso?!

Os valores do ingresso estão abusivos. No primeiro ano paguei R$95 em cada meia, fui em dois dias (Red Hot e Metallica) e em 2011, como o valor subiu consideravelmente para R$125 (isso pois tive desconto) eu só pude ir em um dos dias (Iron Maiden). Agora em 2015 temos a meia entrada por R$160, um absurdo! Sem falar nos gastos que temos com transporte e alimentação para passar o dia inteiro lá. Mas ok, não vou choramingar demais.

Minha maior decepção foi a Rock Street, que tema de maluco é esse? Eu moro no Brasil e NÃO preciso conhecer MAIS música brasileira, obrigada! Voltem aos temas antigos, como Nova Orleans, Beatles e etc. Guardem o tema Brasil para as edições do RiR no exterior. E tragam novas experiências para nós, reles brasileirinhos, que não temos muita oportunidade de conhecer culturas novas.

Chega né? Já falei demais.

Alguém mais está chateado com a falta de atenção que a produção está dando a edição brasileira do festival? Ou, ao contrário de mim, estão animados?

Beijos.